O uso excessivo desses meios de comunicação pode levar a problemas mais sérios, isso porque poucas pessoas sabem da grande relação entre as redes sociais e a saúde mental.

 

 

As redes de mídia social estão se tornando cada vez mais integradas ao cotidiano e às rotinas das pessoas. Quase todo mundo tem acesso às mídias sociais, seja para se informar sobre os eventos ou simplesmente ver conteúdos extrovertidos.

Ao longo dos últimos anos, o uso das mídias sociais cresceu em popularidade entre adolescentes e adultos. Estudos recentes mostram que 81% dos jovens usam regularmente as mídias sociais, com 60% deles relatando fazê-lo antes de dormir, muitas vezes prejudicando a qualidade do sono. Esse é só um entre os diversos problemas que as redes sociais podem interferir na nossa saúde. Por isso, confira mais detalhes ao longo deste artigo sobre como as redes sociais podem afetar a saúde mental.

O poder das redes sociais

As redes sociais são espaços virtuais que possibilitam interações e relacionamentos entre indivíduos e organizações, bem como a disponibilização de diversos conteúdos. Esses espaços virtuais podem ser sites ou aplicativos.

Quando falamos de redes sociais, as primeiras coisas que vêm à mente são sites como Facebook, Twitter e Linkedin (que agora evoluíram para aplicativos), além de aplicativos como Instagram, Snapchat, Tik Tok e outros.

Embora o uso desses aplicativos já fosse utilizado antes de 2020, com a chegada da pandemia do Covid-19, as relações sociais acabaram sendo mantidas em grande parte devido ao apoio dessas ferramentas e, com isso, houve um aumento notável no uso entre adultos e adolescentes.

De acordo com um estudo realizado pela instituição de saúde pública do Reino Unido (Royal Society for Public Health), as redes de mídia social mais populares podem ter efeitos benéficos ou prejudiciais à saúde das pessoas, dependendo de como são usadas.

Dessa forma, segundo os andamentos do estudo, acredita-se que as mídias sociais podem ser mais prejudiciais do que álcool e cigarros, e agora está tão arraigada na vida dos jovens que é impossível ignorá-la.

As pessoas com quem a pesquisa manteve contato disseram que a mídia social teve efeitos positivos e negativos em sua saúde mental, mas é interessante ver que Instagram e Snapchat são classificados como os piores para saúde mental e bem-estar porque ambas as plataformas colocam muito ênfase na aparência e parecem estar contribuindo para sentimentos de inadequação e ansiedade.

A importância da saúde mental

A saúde mental é um tema que é valorizado e discutido com mais frequência atualmente. A saúde mental de um indivíduo está relacionada ao quão bem equipado ele está para lidar com as situações cotidianas.

A saúde mental de uma pessoa também é influenciada pela forma como ela lida com o estresse, seu trabalho e produtividade e como equilibrar seus desejos, habilidades, ambições, ideias e emoções. No geral, ter saúde mental é estar à vontade consigo mesmo e com os outros.

Por isso, dizemos que uma boa saúde mental inclui não apenas estar livre de vários transtornos mentais, mas também estar em boa saúde física, psicológica e social. O significado da saúde mental está no fato de que, na ausência dela, uma pessoa é incapaz de funcionar adequadamente na sociedade, inclusive no local de trabalho.

Além disso, sua ausência frequentemente compromete a saúde física da pessoa, levando a doenças e patologias que podem se tornar críticas. Quando algo dói no nosso corpo, podemos até suportar a dor, mas quando ela chega a ficar insuportável, vamos imediatamente ao médico.

Mas quando não estamos nos sentindo bem mentalmente, muitas vezes tentamos resolver o problema por conta própria, relutantemente levando em consideração a possibilidade de consultar especialistas que poderiam nos ajudar como se tivéssemos uma doença física.

O perigo das mídias sociais

A maioria das pessoas hoje em dia, incluindo aquelas que trabalham, estão envolvidas nas mídias sociais. O problema surge quando ela se transforma em um incômodo e uma fonte de preocupação. Existe até uma transição específica associada a isso, chamada FOMO, que significa Fear of Missing Out e se refere à ansiedade que uma pessoa experimenta quando não consegue acompanhar os eventos atuais ou ficar conectada às mídias sociais ao longo do dia.

Dessa forma, existem alguns malefícios que acabam sendo incorporados na vida daqueles que não conseguem manter o distanciamento necessário entre as redes sociais e sua vida. Sendo assim, veja os principais a seguir.

Baixa autoestima

As publicações que vemos nas redes sociais criam uma visão distorcida e perigosa do que constitui sucesso e beleza, o que representa uma ameaça à autoestima, principalmente em grupos vulneráveis ​​como os adolescentes.

A jornalista e influencer Danae Mercer tem uma proposta intrigante que vai de encontro à idealização e exposição de corpos perfeitos em seu perfil do Instagram. Danae mostra como seu corpo realmente fica enquanto se diverte com posturas e técnicas usadas por modelos e blogueiras para dar a impressão de uma barriga sarada ou de um corpo perfeito.

Cada publicação serve como um lembrete de que o corpo ideal não existe na realidade e que mesmo a modelo com milhões de seguidores usa iluminação e ângulos específicos para produzir um efeito ilusório.

No entanto, existem diversos outros perfis que ainda ajudam a sustentar a imagem de que os “corpos perfeitos” existem. O efeito disso pode ser realmente devastador para quem fica o dia inteiro nas redes sociais consumindo esse tipo de conteúdo e quando olha no espelho não consegue reconhecer a sua beleza particular por ficar se comparando com os outros.

Aumento de sintomas de depressão

Twenge, Joiner, Rogers e Martin publicaram um dos estudos mais influentes sobre o assunto em 2018 e foi discutido em vários meios de comunicação e publicações em todo o mundo.

As descobertas do estudo sugerem que, quando comparadas às gerações anteriores, as pessoas nascidas após 1995 (referidas como ” iGen” ou “geração smartphone”) apresentam níveis muito mais altos de depressão, medo de ficar só e irregularidades de sono. Eles também evitam as responsabilidades envolvendo o papel de “ser adulto.”

Como essas tendências surgiram ao mesmo tempo em que os telefones celulares se tornaram amplamente utilizados, os autores sugeriram que a quantidade de tempo gasto em dispositivos móveis, principalmente nas mídias sociais, pode ser o fator que contribui para o aumento acentuado dos problemas de saúde mental entre os adolescentes.

Ansiedade

Devido aos grandes padrões que são reforçados nas redes sociais, muitos usuários têm a impressão de que a vida de todos é incrível (por conta das postagens), mas não a deles. Isso pode ajudar no desenvolvimento da ansiedade, pois cria um limite com a suposta vastidão das outras pessoas que estão sendo vistas.

Muitas pessoas acreditam que estão iludidas ou que não alcançaram seus sonhos depois de se compararem com as pessoas que têm postagens tão “perfeitas” nas redes sociais. Além disso, o acesso a constantes notícias negativas e comentários degradantes pode ter um efeito negativo em um usuário de mídia social.

Quando tais ruínas ficam pesadas na mente, o indivíduo começa a se perguntar sobre a sociedade e o mundo, o que gera ansiedade sobre seu próprio futuro e o futuro do mundo inteiro.

Menor qualidade do sono

A maioria de nós passa muito tempo olhando para nossos telefones, postando fotos, vendo stories nos aplicativos, comentando e respondendo.

Pesquisas sugerem que o uso de redes sociais antes de dormir, juntamente com o medo de estar perdendo algo (FOMO), afeta os padrões de sono e leva a outros problemas, incluindo estresse e ansiedade. Isso prejudica a saúde física e mental, prejudicando a função cognitiva e a estabilidade emocional.

As comparações frequentemente levam à crença de que sua vida é pior do que a de outras pessoas, o que exacerba a frustração. Em um estudo realizado por Felipe Guimarães (fundador da Aela) sobre os efeitos das redes sociais na saúde mental de jovens e adultos, 4 em cada 5 participantes relataram ter algum problema de saúde mental.

A regulação das emoções e do comportamento, bem como outros benefícios, dependem do sono profundo. Dessa forma, a privação em termos de quantidade ou qualidade pode levar a problemas como fadiga diurna, alterações de humor, ganho de peso, depressão e problemas de desempenho acadêmico.

Perda da produtividade

As plataformas de mídia social mais populares são um enorme sucesso, e não por acaso. Essas plataformas, que contam com uma série de algoritmos, sabem exatamente o que você gosta de ver, estão cientes de todos os seus hábitos de consumo e tomam as medidas necessárias para mantê-lo em seus sites pelo maior tempo possível.

Esse processo faz com que as pessoas, que só iriam usar o aparelho rapidamente, fiquem muito mais tempo presos à tela do celular. Isso pode ser um dos motivos principais para que haja um declínio na produtividade escolar ou no trabalho. Além disso, também é possível afetar o tempo de qualidade do indivíduo com o convívio social entre familiares e amigos.

Conclusão

É comum querermos compartilhar nossos momentos felizes, mas será que isso é realmente necessário? Ou ainda, por que não demonstrar o lado fraco e falho que todos possuímos e gerar um fluxo de apoio? É preciso refletir sobre o uso das redes sociais e como elas podem estar impactando a sua vida e sua saúde mental.

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